Ao sul da capital chilena, Santiago, corre um rio, o Maipo, cujo nome significa (em Mapuche) ‘lavrar a terra’. São as águas do Maipo (que descem geladas da Cordilheira dos Andes e correm até o Oceano Pacífico) as responsáveis pela irrigação de um dos mais importantes vales para a viticultura chilena, o Vale do Maipo.

Perto o suficiente da capital para que os grandes enólogos (mesmo no passado) pudessem ir e voltar todos os dias, trabalhando nas grandes empresas, a região é uma das mais bem reputadas de todo o Chile, o que não é dizer pouca coisa num país com tamanha diversidade, empenho e qualidade na produção de vinhos. Ela é também a região onde estão as sedes de algumas das mais antigas vinícolas chilenas (como Concha y Toro, Cousiño Macul, Santa Rita, Undurraga e Cono Sur, por exemplo).

O Vale do Maipo é a terra da uva Cabernet Sauvignon no Chile, basta ver na lista quantos grandes vinhos, de vinícolas renomadas e super premiadas são feitos com essa uva, que na região é complexa, intensa e com boa estrutura de taninos, favorecidos pelas condições de verões quentes e invernos frios e úmidos.

Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Cabernet Sauvignon, cultivadas em Pirque e em Puente Alto, no Maipo, com estágio de 17 meses em barricas de carvalho francês, sendo 85% novas. De ótima tipicidade, mostra frutas vermelhas e negras, no ponto certo, seguidas de notas florais, de ervas e de especiarias doces. Fluido e gostoso de beber, tem acidez refrescante, taninos firmes e de grãos finos e final cheio e persistente, com toques mentolados, de ameixas, de cassis, de grafite e de alcaçuz.

Este exemplar recebeu AD 93 pontos pela Revista ADEGA. Também teve a pontuação 94 por Descorchados, e os mesmos 93 pontos por James Suckling.