🍇 A origem dos vinhos portugueses.

Poucos lugares no mundo podem se orgulhar de uma trajetória vitivinícola tão longa e marcante quanto a do Douro. Considerada a primeira região demarcada e regulamentada da história, desde o século XVIII, a paisagem dura e montanhosa às margens do rio Douro já guardava segredos valiosos em forma de vinhedos ancestrais. Mas sua história começa ainda antes — no século XI — quando monges cistercienses começaram a organizar a produção de vinho nos vales profundos da região, transformando rochas em socalcos e fé em vinho.

Com o tempo, o Vinho do Porto se tornou o grande embaixador de Portugal, levando o nome do Douro aos quatro cantos do mundo. A construção da linha férrea na região, no século XIX, ampliou essa vocação exportadora e fortaleceu a identidade local. No entanto, o Douro nunca foi apenas sobre o Vinho do Porto. Sempre houve uma tradição silenciosa, quase oculta, de vinhos tranquilos — tintos e brancos que expressavam o lado mais puro e autêntico das castas portuguesas.

Hoje, essa tradição silenciosa ganha voz. O Douro vive uma nova era, marcada por vinhos que combinam autenticidade, elegância e uma profunda ligação com a terra. A região segue moldando o futuro sem jamais esquecer de onde veio.

Tinto composto a partir de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinto Cão, sem passagem por madeira. Mais uma ótima safra desse vinho, bem feito em seu estilo de frutas vermelhas e negras de perfil maduro, com sua acidez refrescante e seus taninos firmes e de grãos finos aportando equilíbrio e fluidez ao conjunto. Tem final suculento e persistente, com toques de violetas, de ameixas, de alcaçuz e de grafite, que pedem a companhia de carnes vermelhas ensopadas.

Recebeu AD 92 pts pela Revista ADEGA e também por James Suckling.