A Sicília inspira profunda tradição mediterrânica. Suas colinas escarpadas e seus inúmeros precipícios revelam evidências de videiras e de produção de vinho que apontam para os primeiros assentamentos há mais de três mil anos. Seus habitantes revelam as heranças fenícias e levantinas de pele morena, cabelos negros de origens fenícias, gregas, romanas, bizantinas.

Sua vocação para o vinho é conhecida há milênios. As uvas Nerello Mascalese, que entram neste Ghiaia Nera soam antigas quanto o tempo, e resultam em vinhos gordos, quentes, aromáticos, como Homero já descreveu na Odisseia, no episódio onde Ulisses encontra o Ciclope Polifemo. A combinação do varietal com os solos vulcânicos do Etna, (onde as videiras alcançam maturação sem grandes problemas - inclusive nos anos mais úmidos e chuvosos) é quase mágica, e através dela é possível expressar toda potência do território de forma distinta e inconfundível.

A região também é retratada nos mapas como um enorme coração entre a África e a Europa, a Sicília entra no século 21 como uma grande fornecedora de vinhos inspiradores e consistentes.

Tasca d’Almerita, uma das principais famílias vinícolas da Sicília e da denominação Etna. Para james Suckling, este vinho é “elaborado com Nerello Mascalese acima dos 600 metros acima do nível do mar, é envelhecido em carvalho, e tem aromas de ervas, eucalipto, erva-doce, groselha e romã. Na boca é estruturado com taninos finos e ótima acidez, energético e harmonioso”.

Este exemplar siciliano recebeu 92 pontos por James Suckling e 91 pontos pela inglesa Decanter.