Todos já ouvimos falar muito bem dos potentes vinhos Brunello di Montalcino, que sem dúvida, é um dos mais importantes vinhos da Itália. Mas… este email não é sobre um Chianti Riserva? Exatamente, este é o gancho.

A região do Brunello é a comuna de Montalcino, e um dos principais fatores que diferenciam seus vinhos é o tipo de solo. Trata-se de um composto de calcário, argila ferrosa e restos marinhos denominado 'galestro'. Neste ambiente a uva Sangiovese se desenvolve espetacularmente bem e gera vinhos potentes e de guarda.

Esse é o gancho e o ponto de comparação. A sugestão de hoje, o Chianti Riserva Vigna delle Conchiglie 2018, que vem da região situada entre Siena, Pisa e Firenze, nas bordas Zona do Chianti Clássico, onde a Sangiovese floresce desde os tempos romanos.

A área de altitude entre 220 e 350 metros, tem o solo pedregoso rico em alberese (pedras de origem calcária) e galestro (uma espécie de argila laminar). Essa composição aporta ao vinho uma notável mineralidade (algo esfumaçado), e é a mesma composição que se encontra em Montalcino. O solo 'galestro', nos diz que um dia já essa parte da Toscana já esteve sob o mar Tirreno.

Neste terroir, onde é possível encontrar conchas marinhas (conchiglie) fossilizadas, é elaborado o espetacular Chianti Riserva Vigna delle Conchiglie 2018, um tinto poderoso, potente, intenso, aveludado, com potencial para mais 5-7 anos de adega, superior a muitos Brunellos intermediários.

A bela vila onde está Poggiotondo foi declarada patrimônio mundial da UNESCO em 2013. Hoje Cerreto Guidi, pertencente à província de Firenze é um lugar autêntico no coração da Toscana, perto de Pisa, Lucca e Siena, a 40 km do mar Tirreno.

Tinto certificado orgânico elaborado exclusivamente a partir de uvas Sangiovese advindas da Vigna delle Conchiglie (tem esse nome pela grande concentração de fósseis marinhos no solo), fermentado em tulipas de cimento (20% de cachos inteiros) sem adição de leveduras exógenas, com estágio de 20 meses em botti de carvalho de 16.5 hl e sem tosta. Cativante nos aromas e franco nos sabores, mostra frutas vermelhas, maduras no ponto certo, envoltas por notas florais, herbáceas e de especiarias doces, que aparecem tanto no nariz quanto na boca, tudo apoiado por acidez vibrante e taninos tensos e de textura de giz. Tem final longo e persistente, com toques terrosos, de cerejas, de tabaco e de alcaçuz. Mais uma ótima safra desse vinho, que prima pela precisão, nitidez, fluidez e verticalidade.

Este primoroso Chianti recebeu AD 95 pts pela Revista ADEGA e os mesmo 95 pontos pela Decanter.

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