É controversa a origem da Torrontés, mas é fato que a uva se tornou um ícone da Argentina, ao dar origem a ótimos vinhos brancos, de diferentes estilos. Devido à boa adaptabilidade, é amplamente cultivada no país vizinho, em especial em Salta e no Vale de Cafayate, onde a altitude e a amplitude térmica são bem significativas.

Atualmente, são conhecidas pelo menos três variações: a Torrontés Sanjuanino, a Torrontés Mendocino (mais comum na Patagônia argentina) e a Torrontés Riojano – a mais plantada e aromática do trio. Os rótulos produzidos com a cepa, variam em estilo, desde leves e frescos até inebriantes e intensamente perfumados, muitas vezes picantes com expressivos aromas de flores brancas com certo parentesco gustativo com Gewürztraminer. Por ser uma uva de fruta generosa e boa adaptabilidade, é amplamente cultivada o que gera exemplares insípidos e sem graça, porém um dos segredos da Torrontés é a harmonia na vinha, e o trabalho no vinhedo aliado a uma boa localização, preferencialmente em clima fresco e solos profundos.

Branco elaborado exclusivamente a partir de uvas Torrontés cultivadas parte em Cafayate, Salta, parte no vale de Uco, Mendoza, sem passagem por madeira, mas mantido em contato com suas borras fincas durante 3 meses em tanques de aço inoxidável. De ótima tipicidade, mostra exuberantes aromas de frutas brancas, tropicais e de caroço, de perfil mais fresco, acompanhados de notas florais, de especiarias brancas e de ervas, tudo apoiado por sua textura firme e cremosa e sua vibrante acidez. Tem final cativante, com toques cítricos, de maracujá e de lichias, que pedem mais um gole.

Este Torrontés recebeu AD 90 pontos pela Revista ADEGA e 91 pela inglês Decanter.