Nascida por acaso no século XVII, a Cabernet Sauvignon é o resultado improvável — e genial — de um cruzamento entre Cabernet Franc e Sauvignon Blanc. O que poderia soar como um acaso botânico tornou-se um marco na história do vinho e hoje é a casta mais reconhecida e reverenciada do mundo.

Com sua estrutura firme, taninos marcantes e aromas que vão de cassis e ameixa escura a notas de grafite, cedro e tabaco, a Cabernet Sauvignon se impôs como sinônimo de potência e longevidade. Em Bordeaux, moldou os grandes tintos de Médoc e ganhou status de realeza. Mas sua jornada não parou por ali.

Ao longo dos séculos, ela atravessou continentes e se adaptou a diferentes terroirs, mantendo sempre sua essência. Do Velho Mundo ao Novo, da tradição à inovação, a Cabernet mostrou uma capacidade única de refletir o solo onde é cultivada — e ao mesmo tempo, manter sua assinatura inconfundível.

No novo mundo, ganhou grande destaque no Chile, onde encontrou condições perfeitas para florescer: sol generoso, brisas andinas e solos minerais. Mais do que se adaptar, a Cabernet chilena criou um estilo próprio — vibrante, estruturado e de boa profundidade. É a casta que ajudou a projetar o país no mapa dos grandes vinhos do mundo.

Tinto elaborado a partir de uvas cultivadas sob os preceitos da agricultura orgânica e biodinâmica, composto de Cabernet Sauvignon (85%) e Carménère (8%), Grenache (5%) e Petit Verdot (2%), com estágio de 10 meses, sendo 70% em tanques de aço inoxidável e 30% em barricas de carvalho francês de segundo uso. Fluido e gostoso de beber, mostra frutas vermelhas e negras maduras acompanhadas de notas florais, de ervas e de especiarias doces, que aparecem tanto no nariz quanto na boca. Refinado e preciso, tem final persistente, com toques de amoras, de ameixas, de grafite e de alcaçuz.

Este exemplar recebeu AD 92 pontos pela Revista ADEGA e também por James Suckling.