Entre as colinas da Toscana, em um pequeno território marcado por história e altitudes generosas, nasce um dos vinhos mais reverenciados da Itália: o Brunello di Montalcino. Feito exclusivamente a partir da Sangiovese, essa joia toscana expressa como poucos a capacidade dessa casta de traduzir o lugar de onde vem.

Não é qualquer Sangiovese. Em Montalcino, ela ganha o nome de Brunello (ou Sangiovese Grosso), uma variante local com casca mais grossa, taninos firmes e acidez vibrante — resultado direto do terroir único da região. Ali, o clima é mais seco e ensolarado que em outras áreas da Toscana, e os vinhedos variam de 200 a 600 metros de altitude, o que contribui para uma maturação lenta e completa da fruta.

Essa combinação permite que a Sangiovese atinja uma expressão rara: vinhos de corpo, profundidade e longevidade — sem perder a elegância. É por isso que Brunello di Montalcino não é apenas um dos mais icônicos tintos italianos, mas também um dos mais longevos, com capacidade de envelhecer por décadas.

A legislação local é rigorosa: um Brunello só pode ser lançado cinco anos após a colheita, com pelo menos dois anos de envelhecimento em madeira. Isso garante que o vinho chegue à taça já lapidado pelo tempo.

Beber um Brunello di Montalcino é entrar em contato com o que há de mais puro na viticultura italiana. É entender o poder de uma uva que, quando cultivada em seu terroir ideal, com paciência e precisão, revela uma complexidade e uma harmonia que poucos vinhos no mundo conseguem alcançar.

Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Sangiovese cultivadas em Montalcino, com estágio de 24 meses em barricas de carvalho francês, sendo 20% novas. Depois disso, o vinho permanece mais 24 meses em garrafa, antes de ser comercializado. De boa tipicidade, mostra frutas vermelhas maduras acompanhadas de notas florais, terrosas, de ervas e de especiarias doces, tudo apoiado por acidez vibrante e taninos firmes e de textura de giz. Estruturado, e potente, mas também preciso e fluido, tem final persistente, com toques sanguíneos, de cerejas, de tabaco e de couro. Está muito bom agora, mas tem tudo para ficar ainda melhor nas próximas décadas.

Este Brunello di Montalcino recebeu AD 93 pts pela Revista ADEGA.