🍷 Portugal, o maior produtor em ânforas.

Ânforas são jarras de barro usadas para fermentar ou envelhecer vinho. Esses recipientes em formato cônico têm sido usados para armazenar e transportar mercadorias desde o fim da Idade da Pedra. Embora usadas para todos os tipos de mercadorias, os gregos e romanos faziam e armazenavam vinho nessas jarras. Em Portugal esse modo de preparo do vinho percorreu toda a Idade Média e vem sendo cada vez mais recuperado pelos produtores, pois se encaixa perfeitamente na tendência de baixa intervenção.

Como se produz vinho em ânforas? As uvas esmagadas com suas cascas e talos são colocadas na ânfora, que é então selada. Geralmente não são adicionadas leveduras - a fermentação se dá naturalmente e os taninos encontrados nas cascas, sementes e talos das uvas fornecem um conservante natural. O formato cônico permite que os sedimentos se depositem no fundo do recipiente, e a limpeza do vinho se dá por decantação. As ânforas permitem a micro-oxigenação, pois a porosidade do material deixa entrar uma pequena quantidade de oxigênio, o que ajuda a suavizar taninos e aprimorar os sabores.

Blend tinto composto a partir de uvas Alicante Bouschet, Trincadeira e Touriga Franca, com fermentação (com os engaços) sem adição de leveduras exógenas e, posterior, estágio de 16 meses em ânforas de terracota, elaboradas com argila da própria Herdade do Rocim. Mais uma ótima versão desse vinho, que, nessa safra, mostra-se fresco, fluido e vertical, com sua acidez pulsante e seus taninos tensos e de textura arenosa ditando as regras e envolvendo todas suas frutas vermelhas e negras, maduras no ponto certo. Austero, preciso e refinado, tem final persistente e vertical, com toques terrosos, especiados, florais, de amoras e de ameixas. Aqui, menos é muito mais!

Este vinho recebeu AD 95 pontos pela Revista ADEGA.

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