No remoto ano de 1520, a expedição do navegador português Fernão de Magalhães, a serviço da coroa espanhola, navegava pelos mares austrais da América do Sul. Ao avistarem nativos de grandes pés — na verdade calçados com couro de Guanaco — batizaram aquela terra imensa de Patagônia.

Séculos depois, essa região marcada pela beleza selvagem e pelo clima extremo tornaria-se um santuário inesperado para a viticultura de alta qualidade. Na Patagônia profunda, sob um céu azul intenso e dias de longa exposição solar, as vinhas do projeto Otronia prosperam em condições que poucos ousariam enfrentar. À noite, a temperatura despenca, proporcionando uma amplitude térmica essencial para preservar a acidez e frescor das uvas. Os solos, ricos em minerais e de baixa matéria orgânica, desafiam as videiras, resultando em frutos de concentração excepcional e caráter marcante. Entre as variedades que melhor se adaptaram a esse cenário está a Pinot Noir, célebre por sua delicadeza e capacidade de expressar o terroir.

O Otronia Block Pinot Noir traduz com perfeição a elegância patagônica, apresentando notas sutis de frutas vermelhas frescas, toques minerais e uma estrutura refinada, digna de grandes exemplares mundiais dessa uva. Uma verdadeira joia da viticultura argentina, nascida no limite sul do mundo.

Tinto elaborado a partir de uvas Pinot Noir, sendo 50% fermentadas em cachos inteiros, com estágio de 18 a 20 meses em foudres de carvalho francês sem tosta. Pitanga e ervas. Feno. Fruta limpíssima e suculenta. Ameixa e mirtilo. O mais profundo dos Otronia Pinot Noir degustados. Taninos monolíticos e polidos. Tomilho. Fruta silvestre fresca. Pólvora.

Este Pinot Noir, recebeu notáveis AD 94 pts pela Revista ADEGA e 96 pontos por Patricio Tapia no Guia Descorchados.